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Viga Baldrame: Guia Completo de Função, Tipos e Execução

Viga baldrame sendo concretada em obra de construção civil com armaduras e forma de madeira

É comum que, ao circular por um bairro em crescimento, o olhar se depare com obras em diferentes fases, areia e cimento por toda parte, concreto tomando formas e estruturas aos poucos aparecendo. No coração de muitas dessas estruturas está um elemento discreto, mas fundamental: a viga baldrame. Ela pode parecer apenas mais uma linha cinza separando tijolos do solo, porém, seu papel na segurança e durabilidade da casa é muito maior do que muita gente imagina. Com a intenção de ajudar profissionais, estudantes e até os curiosos que circulam pelo setor, o CANTEIROTECH traz um olhar atento e detalhado sobre o tema.

Para que serve a viga baldrame?

No universo da construção civil, perguntas simples às vezes escondem respostas mais técnicas. A dúvida “para que serve a viga baldrame?” aparece cedo nos projetos. De início, pode surgir aquela impressão de que ela só está ali para sustentar paredes ou nivelar o chão, mas, na verdade, é bem mais que isso. Este componente estrutural serve para distribuir o peso das paredes para o solo, evitar recalques diferenciais e criar uma base contínua e resistente, protegendo toda a construção dos efeitos do solo e do tempo.

A viga baldrame sustenta, nivela e protege.

Assim, ela une as bases dos pilares e apoia as alvenarias, fazendo com que o peso do telhado, dos andares e das pessoas seja transferido de maneira uniforme. Vale lembrar que ela também atua como uma espécie de “escudo” contra a umidade que sobe pelo solo. Quem observa o resultado final pode não perceber, mas saber disso faz muita diferença na prática, inclusive para evitar problemas caros no futuro.

Viga baldrame em solo pronto para concretagem Diferença entre viga baldrame, alicerce e sapata corrida

Existe muita confusão entre baldrame, alicerce e sapata corrida. Olhando rápido, os três parecem exercer funções próximas, mas há diferenças marcantes entre cada um deles:

  • Viga baldrame: é uma peça linear de concreto armado, moldada diretamente sobre o solo firme, mais rasa que uma fundação profunda, e serve como base para paredes, repartindo a carga delas ao solo.
  • Alicerce: é uma palavra mais geral. Indica qualquer estrutura que serve de base de apoio para uma construção, podendo ser desde simples blocos até fundações profundas.
  • Sapata corrida: é uma fundação superficial contínua, geralmente mais larga que uma viga baldrame e projetada para bases de paredes mais carregadas ou quando o solo exige maior área de apoio.

De modo simplificado, todo baldrame é um alicerce, mas nem todo alicerce é uma viga baldrame. E, enquanto sapatas corridas têm função parecida, diferenciam-se pelo formato e pela quantidade de concreto utilizada, além das condições de solo que exigem uma ou outra solução.

Nem todo alicerce é baldrame. Nem toda sapata é baldrame.

Função e papel estrutural do baldrame

Pode parecer uma repetição, mas é realmente importante entender o papel desse elemento para evitar erros. Basicamente, o baldrame forma uma malha que interliga todos os pontos de carga das paredes, combatendo recalques indesejados (aqueles afundamentos desiguais que racham a parede e assustam qualquer morador).

Segundo estudo publicado na Revista InterScientia, a análise dessas vigas sobre apoios elásticos demonstra que o comportamento estrutural delas é altamente dependente da interação entre solo e concreto, assim como do detalhamento das armaduras. O próprio solo funciona como um “colchão” de resistência, mas ele também pode não ser tão regular, tornando a execução atenta ainda mais importante.

A viga baldrame também atua:

  • Ligando pilares e blocos de fundação;
  • Reduzindo esforços pontuais concentrados em um único ponto do solo;
  • Impedindo que pequenas variações do terreno afetem a estrutura da casa.

Outro detalhe: este tipo de estrutura não deve receber cargas elevadas vindas de pilares de grandes edifícios. Baldrames foram projetados para casas e construções de pequeno a médio porte, funcionando como proteção para paredes portantes em alvenaria ou cerâmica.

Malha de vigas baldrame entrelaçadas em canteiro de obras Principais tipos de viga baldrame

Aqui a variedade atende necessidades diferentes e facilita a vida no canteiro. Dependendo do projeto, das condições de solo e do tempo disponível, a escolha muda, e cada uma tem suas vantagens e cuidados.

Baldrame executado in loco

É o mais tradicional no Brasil. Essa viga é moldada diretamente sobre o solo já preparado, feita com formas de madeira (ou metálicas), ferragens cortadas no local e concreto lançado por betoneira ou caminhão.

  • Vantagens: adapta-se a terrenos irregulares, permite ajuste de medidas na hora, custo mais acessível.
  • Desvantagens: maior dependência das condições climáticas e de mão de obra especializada para garantir boa compactação e nivelamento.

Pré-moldada

Nessa opção, os elementos são fabricados na indústria e chegam prontos para serem apenas posicionados e concretados nas juntas.

  • Vantagens: rapidez de execução, menor desperdício e precisão nos acabamentos.
  • Desvantagens: exige transporte cuidadoso, preparação minuciosa do terreno e equipamentos para içamento.

Blocos tipo U para baldrame

Uma solução intermediária que ganha popularidade por unir praticidade à economia. É feita com blocos cerâmicos ou de concreto em formato de “U”, posicionados para formar um canal que depois recebe ferragem e concreto, criando uma viga contínua.

  • Vantagens: agilidade na execução e integração com sistemas de alvenaria estrutural.
  • Desvantagens: exige grande atenção na impermeabilização e alinhamento.

Em resumo, a escolha depende do cronograma de obra, do orçamento e das características do solo. Em muitas regiões, conversar com um engenheiro local ainda é a melhor orientação.

Como executar a viga baldrame passo a passo

Chegou a parte que muitos consideram a mais prática do artigo. O passo a passo junta conhecimento técnico com as experiências vividas nos canteiros, e dialoga com o compromisso do CANTEIROTECH de promover informações atualizadas e diretamente aplicáveis.

1. Preparação do solo

Tudo começa com a marcação do terreno, seguindo rigorosamente o projeto estrutural. Depois, faz-se a escavação das valas, sempre respeitando profundidades e larguras recomendadas para o tipo de solo e estrutura.

  • Solo firme? Então, a vala tende a ser mais rasa.
  • Terreno úmido ou arenoso? Talvez precise escavar mais, ou reforçar a base.

Compactar e nivelar o fundo da vala é indispensável. Se necessário, pode-se colocar brita para melhorar a drenagem. Um detalhe: sempre verifique se há pontos de água que podem comprometer a fundação a longo prazo.

2. Montagem das formas

As formas de madeira definem as dimensões e o alinhamento perfeito da viga. Elas precisam estar firmes para não abrir com o peso do concreto fresco, o que causaria deformações e desperdício. Fixe bem, observe se o alinhamento está correto e, nas emendas, evite frestas, pois o concreto pode vazar por ali.

Formas de madeira montadas para viga baldrame 3. Posicionamento das armaduras

Aqui mora um dos segredos de uma viga resistente: a armação. O projeto indica bitolas, espaçamento e quantidade de aço necessários. Em geral, usa-se barras longitudinais (ferros retos) mais estribos (ferros dobrados em quadrado ou retângulo) que mantêm tudo no lugar certo.

  • Anime-se a conferir o projeto; muitas trincas futuras vêm de erros aqui.
  • As barras devem ficar “penduradas”, não encostadas no fundo da vala. Usa-se espaçadores (do tipo “cadeirinha”) para garantir o cobrimento adequado de concreto.

Segundo o detalhamento mostrado no material didático do IFRN, as armaduras bem posicionadas garantem maior durabilidade e resistência à flexão e ao cisalhamento, pontos críticos em baldrames.

4. Concretagem

Hora do concreto. Se for dosado na obra, siga a receita do projeto: cimento, areia, brita e água. Checar o traço é importante para não criar um concreto fraco.

  • Faça lançamentos em sequência para evitar juntas frias.
  • O concreto deve preencher todos os espaços da forma e envolver toda a ferragem, sem deixar buracos de ar (“bolhas”), que fragilizam a estrutura.

Não economize no concreto. Aqui, o barato sai caro.

5. Vibração e adensamento

O uso do vibrador de imersão (ou, em falta, uma barra de ferro para “cutucar” cuidadosamente) ajuda o concreto a ocupar todos os espaços, expulsando o ar. Uma concretagem bem vibrada impede trincas e aumenta bastante a resistência à água.

6. Cura do concreto

Depois de concretar, começa a espera. O concreto precisa manter a umidade para atingir sua força máxima. Molhe diariamente por, pelo menos, sete dias. Evite exposição direta ao sol e ventos fortes, usando lonas ou sacos úmidos.

7. Desforma e impermeabilização

A retirada das formas só acontece depois de alguns dias, dependendo do clima e da resistência do concreto, conforme orientado pelo Decreto nº 52.147/1963, que rege normas para estruturas de concreto armado.

  • Após retirar as formas, limpe a superfície e aplique uma camada impermeabilizante (manta asfáltica, tinta específica, ou argamassa polimérica) na base e nas laterais da viga.
  • Esse passo bloqueia o vapor d’água do solo, evitando mofo e descascamento nas paredes.

Concretagem e vibração do baldrame na obra Materiais ideais para o baldrame

Na prática, a qualidade dos materiais usados faz toda diferença na resistência, durabilidade e no custo-benefício da obra. Veja o que não pode faltar:

  • Cimento CP II ou CP III: mais resistentes a ambientes úmidos e com bons resultados em fundações tradicionais;
  • Areia média lavada: sem resíduos orgânicos, garante melhor ligação dos grãos;
  • Brita 1: tamanho ideal para viga, assegura boa trabalhabilidade do concreto;
  • Aço CA-50 para armadura: barras retas para longarinas e dobradas para estribos;
  • Impermeabilizantes de base asfáltica ou polimérica.

Pode-se usar concreto usinado para melhor controle de resistência, principalmente em obras maiores, porém, o preparo manual, desde que bem dosado, ainda é consagrado nas pequenas edificações.

Boas práticas para evitar trincas, infiltrações e umidade

Quem já reformou paredes trincadas em casa sabe o transtorno que isso causa. Pior ainda se o problema vinha do baldrame. Para evitar esses aborrecimentos:

  • Faça a compactação correta do solo;
  • Garanta cobrimento mínimo da armadura (geralmente 3 cm);
  • Evite lançamentos de concreto muito secos ou muito úmidos;
  • Vibre e adense bem o concreto;
  • Execute impermeabilização de qualidade;
  • Fique atento a recalques no solo (compactação mal feita é convite para fissuras).

A impermeabilização costuma ser a etapa menos valorizada, mas é a que mais protege contra umidade e mofos futuros nas paredes da casa.

Aplicação de impermeabilizante em viga baldrame Dimensionamento e normas ABNT

Não existe viga segura sem dimensionamento adequado. A NBR 6118:2014 é a referência nacional para cálculo de estruturas de concreto armado, detalhando critérios de dimensionamento a flexão e ao cisalhamento. O artigo publicado na Revista de Engenharia Civil IMED explica a lógica da analogia da treliça e como o concreto contribui para a resistência à força cortante.

Um projeto bem feito considera:

  • Tipo de solo (argiloso, arenoso, misto, etc.);
  • Cargas previstas (paredes, lajes, telhados, móveis);
  • Bitola mínima das ferragens;
  • Cobrimento do aço;
  • Espessura da viga e altura recomendada.

O dimensionamento e detalhamento das armaduras, principalmente a longitudinal, devem considerar a fadiga, como mostra o estudo do IFSP, pois fissuras por fadiga reduzem a vida útil da estrutura.

Segundo as normas e os materiais citados, há uma tolerância para adaptações em campo, mas qualquer mudança deve ser aprovada pelo engenheiro responsável, visando sempre a segurança e a estabilidade da edificação.

Norma não se discute, se cumpre.

Dicas para execução segura

  • Use EPIs (luvas, botas, óculos, capacete) durante toda a manipulação dos materiais;
  • Mantenha o canteiro limpo e organizado, evitando quedas e atropelamentos;
  • Cuide do descarte correto dos resíduos (madeiras usadas, sobras de concreto);
  • Na dúvida sobre as condições do solo ou armadura, pare. Consulte o engenheiro, ou busque informação técnica, como faz o leitor dedicado do CANTEIROTECH;
  • Cumpra horários de trabalho para evitar fadiga da equipe e erros sérios na execução.

Como garantir durabilidade

Uma viga bem executada resiste por décadas. Não é exagero: há casas centenárias, erguidas sobre baldrames que ainda fazem seu trabalho. Para chegar lá:

  • Escolha materiais certificados e de procedência confiável;
  • Nunca substitua a impermeabilização;
  • Inspecione periodicamente a base, principalmente após fortes chuvas ou obras próximas;
  • Caso surjam fissuras, procure um especialista para opinar sobre reforço ou recuperação da estrutura.

Engenheiro avaliando viga baldrame exposta na construção Conclusão

A viga baldrame é mais que um componente estrutural, é a base silenciosa de toda construção segura e duradoura. Sua correta execução protege o investimento na obra e garante tranquilidade aos seus ocupantes. No CANTEIROTECH, valorizamos a busca constante por informações técnicas de qualidade, e desejamos que este guia tenha esclarecido não só as funções e tipos desse elemento, mas também mostrado o passo a passo necessário para uma execução realmente profissional.

Se você busca aprofundar seus conhecimentos, tirar dúvidas específicas ou acompanhar tendências e tecnologias que estão mudando o setor da engenharia civil, conheça mais do CANTEIROTECH. Aproveite as informações presentes no projeto para inovar, prevenir problemas e criar obras que resistam ao tempo!

Perguntas frequentes sobre viga baldrame

O que é uma viga baldrame?

Viga baldrame é um elemento linear de concreto armado, moldado junto ao solo, que serve para distribuir as cargas das paredes e alvenarias para o terreno. Ela funciona como uma base de apoio superficial, tornando a construção mais estável e protegendo-a contra recalques e umidade.

Quando usar viga baldrame na construção?

A viga baldrame é utilizada principalmente em casas térreas ou edificações de pequeno e médio porte, onde as cargas das paredes precisam ser distribuídas uniformemente sobre solos firmes. Ela não é recomendada para obras que exigem fundações profundas ou quando há pilares recebendo grandes cargas concentradas.

Quais são os tipos de viga baldrame?

Os principais tipos são: baldrame executado in loco (moldado no próprio local da obra), viga baldrame pré-moldada (fabricada em indústria e instalada na obra) e baldrame formado por blocos do tipo “U” (bloco estrutural preenchido com ferragem e concreto). A escolha do tipo depende do solo, cronograma e orçamento do projeto.

Quanto custa uma viga baldrame?

O custo varia conforme materiais, dimensões, tipo de solo e região. Pode ser calculado por metro linear, considerando preço de concreto, ferragens, formas e mão de obra. Uma estimativa básica para obras residenciais (em 2024) gira entre R$ 120 e R$ 250 o metro linear, mas sempre peça orçamento atualizado e personalizado.

Como fazer a execução da viga baldrame?

A execução envolve os seguintes passos: preparar e marcar o solo; escavar a vala; montar formas; posicionar as armaduras; lançar e vibrar o concreto; realizar cura úmida; retirar as formas e, por fim, aplicar impermeabilização nas partes expostas. É importante seguir o projeto estrutural e as recomendações das normas técnicas (como NBR 6118 e o Decreto nº 52.147/1963).

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